Daniel Khury, vice-presidente e diretor de Salto da CBH, esclareceu alguns pontos referentes ao processo de preparação do Time Brasil de Salto, especialmente com vistas ao Mundial 2026, após a saída do técnico Piet Raijmakers e ainda as novidades no Circuito Senior Top 2026.
"O Piet é uma grande pessoa, um grande treinador. Ninguém mais do que a CBH, a diretoria e eu, queríamos que desse certo. Infelizmente, durante o processo, ao longo de 2025, tivemos um desalinhamento com as ideias da Comissão de Salto e um pouco de dificuldade na comunicação, organização e planejamento. Então, decidimos encerrar esse ciclo e seguir em frente em um novo caminho", pontuou Daniel, em entrevista durante o 20º Festival BH.
Respondendo a uma questão sobre a diferença de exigências técnicas de concursos no Exterior, especialmente na Europa, em relação ao Brasil, Daniel enfatizou o trabalho que vem sendo realizado para elevar o nível dos concursos no país. "Sem sombra de dúvida, a gente sabe que na Europa estão os melhores cavaleiros e os melhores cavalos, lá é o berço do esporte. O que a gente vem fazendo é trabalhar para diminuir essa distância entre Europa e Brasil. Então, acredito que, na questão de obstáculos e de pisos, essa distância já diminuiu bastante, quem sabe até já estamos equiparados com a Europa. Mas ainda há uma distância na questão da competitividade e isso é um trabalho um pouquinho mais de longo prazo", colocou Daniel.
"Desde quando a gente assumiu, estamos investindo na qualidade e elevando o nível do circuito do Senior Top. A boa novidade é que, em 2026, serão 10 etapas com 300 mil reais em prêmios, portanto, 3 milhões de reais. Os GPs terão altura mínima de 1,55m, e quatro GPs serão disputados a 1,60m, além do Campeonato Brasileiro. Então, a gente acredita que, com isso, o nível vai continuar crescendo cada vez mais. Claro que é um processo lento, degrau por degrau, mas estamos trabalhando para diminuir essa distância cada vez mais", destacou Daniel, que também tem vasta experiência como cavaleiro.
Daniel ainda abordou o processo até o Mundial — FEI World Championships 2026 — em Aachen, na Alemanha, entre 11 e 23 de agosto. "Nós temos uma comissão — formada pelo Pedro Paulo Lacerda, o veterinário Rogério Saito, por mim e pelo Constantino Scampini — que fará essa avaliação dos conjuntos. A programação está toda pronta. Em 2026, começam as observatórias para o Mundial. Já em fevereiro, o Brasil volta a disputar a Longines League of Nations (Copas das Nações promovida pela FEI com participação das 10 melhores do mundo), além de outras Copas das Nações já programadas. Queremos dar chance a todos os cavaleiros e, é claro, será um processo aberto. E, no dia 22 de junho, iremos fazer a convocação final para o Mundial."
